quinta-feira, 4 de julho de 2013

ORÇAMENTO INFLACIONADO

Os preços, via de regra, aumentam ou diminuem pela lei da oferta e procura, ou seja, quanto maior a oferta mais a tendência dos preços caírem; quanto maior a procura mais os preços tendem a aumentar. Porém, há fatores que incentivam o consumo, fazendo com que os preços aumentem, por exemplo, crédito com maior facilidade para pagamento.


A expectativa de aumento da demanda já é um fator que influencia os preços. Fatores climáticos que diminuem a oferta de produtos, por conseguinte, os preços registram aumento etc.

Fatores externos também influenciam  o aumento ou diminuição dos preços, quando os produtos estão sendo excessivamente exportados, deixando o mercado interno desabastecido, os preços aumentam.

Quando o volume das exportações caem em função de crise no exterior, ocorre o inverso, há maior oferta  interna. As condições econômicas dos países importadores são fatores que influenciam os preços internamente, é o efeito da globalização.

A desvalorização da moeda em relação às dos outros países influencia o mercado interno, por se tornarem mais caros os produtos importados afetando o mercado interno desses produtos que tem como balizador o mercado externo.

A emissão de papel moeda também é fator que, devido ao aumento de dinheiro em circulação, provoca aumento dos preços.

A inflação é quando os preços aumentam de forma generalizada,  a moeda perde capacidade de compra.

O Governo faz uso de vários instrumentos para  controlar a inflação,  fazendo uso dos estoques reguladores; fortalecendo a moeda através da compra da moeda estrangeira; incentivos fiscais para o aumento da produção; aumento do depósito compulsório para retirar do mercado o excesso de dinheiro, diminuindo a disponibilidade e crédito; aumento de juros e muitos outros meios.

A inflação deve estar sempre sob vigilância do Governo, pois, quando a inflação se instala é muito difícil pará-la.

O Orçamento Público deve considerar a inflação estimada para o período, pois, do contrário, ao final do exercício, não haverá saldo orçamentário para  realizar despesa ocorrida no ano.

O orçamento da empresa deve considerar a perda de valor da moeda no período, o que chamamos de Orçamento Inflacionado.


Para apurar essa perda do poder aquisitivo da moeda, foi elaborado, no post "Reflexo da Inflação Sobre o Orçamento",  um índice  base 100, apresentado no quadro ao lado.

Tal índice é obtido com aplicação da inflação média sobre o número do mês anterior. 


 Ao final do ano,  o índice atinge a inflação prevista para o período, como se observa no demonstrativo.

A utilização do índice facilita na criação de planilha eletrônica, podendo ser utilizados vários indexadores. Por exemplo, quando se utiliza como indexador moeda de determinado país, coloca-se como base o valor da moeda no início do período e projeta-se o valor da moeda ao longo do período.

Assim, as empresas de grande porte, que, importam, exportam e tem financiamentos em moedas estrangeiras, criam índices para cada moeda de suas operações.

Na planilha do orçamento são utilizadas fórmulas matemáticas que incluem a célula do índice. Assim, quando há necessidade de alteração do orçamento em face da mudança dos índices,  não é necessário refazer todo o orçamento, basta modificar a linha do índice e o computador ajustará os demais valores.

Na postagem  FLUXO DE CAIXA (CASH FLOW) - ORÇAMENTO DA EMPRESA apresentamos o Orçamento para o primeiro semestre, cujos valores foram apurados considerando os custos de produção,  as vendas e demais despesas, observando a estratégica de vendas, com promoções através de descontos no período sazonal, que, para melhor entendimento, sugerimos a leitura do post.


Conforme pode ser observado, na parte superior colocamos o índice criado no post anterior.


Os valores apresentados no post retro mencionado,  projetados para os meses de janeiro a junho, com base no índice acima comentado, resulta em receitas e disponibilidades financeiras conforme apresentado no quadro. 

É de se observar, o valor  das disponibilidades é o apurado ao final do mês anterior, ou seja, não é calculado  com base no índice, pois representa o dinheiro e as aplicações financeiras ao final mês anterior.

As entradas, correspondentes às receitas,  são os valores apurados no post FLUXO DE CAIXA (CASH FLOW) - ORÇAMENTO DA EMPRESA inflacionados com base no índice.

Por exemplo: a venda à vista, no valor  de R$77.322,00, prevista para junho, inflacionada, com base no índice de junho, 102,8736, foi apurado da seguinte forma:

Valor sem inflação =77.322,00, dividido pelo índice base =100, importa em 773,22.  O valor de 773,22  multiplicado pelo índice do mês, 102,8736, resulta  em 77.322,00/100X102,8736 = 79.543,94 (valor inflacionado).

Vamos conferir:

A inflação acumulada, prevista para o período de janeiro a junho, corresponde ao índice do mês menos a base 100, que  corresponde ao mês de partida do índice, no caso, o final de dezembro, assim demonstrado:  (102,87,36-100) =  2,8736%.

A inflação de 2,8736% sobre o valor, sem inflação, apurado teremos: 77.322,00X2,8736% = 2.221,94.

O valor original mais a inflação corresponde a: 77.322,00 + 2.221,94 = 79.543,94.



Da mesma forma, no caso,  todas as receitas e despesas apresentadas no post "Fluxo de Caixa (Cash Flow) - Orçamento" foram inflacionadas.


As despesas variáveis: Despesas de Fabricação, Despesas Comerciais e Impostos incidentes, inflacionadas passaram aos valores apresentados na planilha.




As despesas financeiras e administrativas inflacionadas, seguindo o mesmo critério, são refletidas no quadro ao lado.



Considerando os valores já inflacionados, os valores das disponibilidades ao final do mês e o fluxo de caixa   passaram  aos valores apresentados no demonstrativo a seguir:



O fluxo de caixa representa as entradas menos as saídas de caixa. No caso,  receitas menos as despesas.

Para melhor entendimento, os valores já inflacionados relativos ao mês de fevereiro são:

Receitas                                              247.176,26
menos:
Despesas de Fabricação 124.062,09
Despesas Comerciais       19.774,10
Impostos sobre Vendas   74.995,53
Despesas Financeiras            650,46
Despesas Administrativas   6.864,52 (226.346,70)
Fluxo de Caixa                                    20.829,57

O saldo do mês anterior acrescido do fluxo de caixa corresponde ao saldo do final do mês, assim demonstrado:

Saldo das disponibilidades de janeiro:        27.310,02
Fluxo de fevereiro                                     20.829,57

Disponibilidades no final de fevereiro        48.139,58



EXTRA CAIXA

As despesas que chamamos de  extra caixa, por não representarem a saída de caixa no mês, por tratarem-se de provisões, conforme analisado na postagem "Fluxo de Caixa (Cash Flow) - Orçamento",  também são inflacionadas, resultando nos valores apresentados no quadro demonstrativo.


Vamos conferir?

No mencionado post, o valor das provisões, relativas a maio, são de R$1.778,05. Inflacionados em  2,3890% passam  a ser R$1,820,53.

PREVISÃO DO RESULTADO

Com os números já calculados, podemos prever o resultado da empresa, mês a mês.

O fluxo de caixa, resultado da receita menos as despesas, menos as despesas de extra caixa, corresponde à previsão do resultado da empresa, conforme se demonstra no exemplo, se tomando por base o mês de março:

Fluxo de caixa:                                 R$20.928,15
Menos:
Extra Caixa:                                     (R$ 1,803,42)        

Resultado do mês                             R$19.124,74.

O resultado apurado corresponde a 7,7% do valor das receitas, ou seja, para cada R$100,00 vendidos há R$7,70 de lucro.

No primeiro semestre a previsão é de um lucro de R$139.502,79, correspondendo a 9% sobre as vendas.

A diferença percentual  observada entre o resultado de março para o acumulado no semestre é decorrente da política de vendas no período, concedendo desconto e menor produtividade.


SEGUNDO SEMESTRE


Considerando a previsão da  estabilidade das vendas para o segundo semestre, não estando previstas promoções, tendo sido projetadas as receitas e despesas, considerando a produção e venda da totalidade dos produtos possíveis de serem produzidos, ou seja, 1.176 unidades ao mês do produto A, conforme analisado no post "Cálculo do Preço de Venda - Custo de Produção", foi elaborado o Orçamento Inflacionado a seguir apresentado:



No orçamento para o exercício destaca-se o seguinte:

a) o resultado previsto, antes das deduções das provisões corresponde a 11% das vendas,  Sendo que no primeiro semestre esse resultado foi de 9,72%, devido ao período com promoções analisadas no post anterior. 

b) No segundo semestre, o resultado foi de 12% sobre as vendas, em todos os meses.




As despesas extra caixa, aquelas que não influenciam o fluxo de caixa, por tratarem-se de provisões,  a saber: a) provisão de férias c/encargos; b) provisão para 13º salário; c) provisão de contingência - aviso prévio; d) depreciação, foram projetadas a partir da despesa prevista para junho e inflacionadas para os meses de julho a dezembro com base no índice de inflação.


Conforme se pode observar:

No primeiro semestre o resultado previsto, após a dedução das provisões, é  de R$139.502,79, correspondendo a 9% da receita;

No segundo semestre o resultado previsto, após a dedução das provisões, é de R$176.051,53, correspondendo a 11% da receita;

Para o ano, o resultado previsto é de R$315.554,32, correspondendo a 10% da receita.


Até a próxima,  com Observações sobre Micro Empresa (ME) e Empresa de Pequeno Porte (EPP) e Micro Empreendedor  Individual (MEI).


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